terça-feira, 29 de junho de 2010

A Lista

Lia, uma vez mais, a lista de coisas à fazer antes de morrer.

nº 7 -
Ir à balada de ônibus
Viver é uma arte! Está em todo lugar esse segredo.
Agora entendo o quanto importa entender o sentido disso tudo, estou do outro lado, atravessei. Não é como as histórias que me contaram sobre o que a vida é ou o que deve ser feito. Eu não sou menos por ter mudado os planos que tracei pra mim, nem deixo de ser aventureiro por pensar num emprego estável.
-Viver na rotina?
-É, viver na rotina!
E não me culpe! Todos entenderão em um ou dois anos, todos passarão pelo que passo. E talvez seja bem mais fácil não me odiar, quando me odiar for odiar-se.
Essas palavras não são direcionadas! já ouvi isso de umas vinte e cinco pessoas. É só que é minha vez de viver minha vida, não me condenem por mudar, sou inconstante, tenho aversão às rotinas por natureza, atraio tudo para mim. Sou assim, errado, errante, errôneo. E me aceito assim, me gosto assim. Amo-me assim!

Não, não descobri o sentido da vida! Só refiz meu caminho para encontrá-lo.
Não, não estou deixando tudo e todos para trás, pretendo levar o máximo que puder comigo, inclusive (vamos?).
Não, não pude ficar, todos vocês sabiam que eu iria fazer isso mais cedo ou mais tarde; todos sabiam e ainda assim me amaram. Então me amem, oras. Fiquem se não puderem vir, mas não me condenem por deixar tudo para trás, estou indo em busca de mim, e levando tudo que posso. Inclusive meu amor por vocês.

Henrique Macêdo Santos

domingo, 27 de junho de 2010

Tempo


Morro de sono
E de medo de dormir
Morro dormindo

Avanço no tempo
Retrocedo uns instantes
Tempo, o amante dos amantes

Procure o sentido disso
Ache na carta que receberás
O amuleto te trás minha força
Donde, então, esse tempo te traz?

Henrique Macêdo Santos

sábado, 26 de junho de 2010

Once in my life


Não. Não há uma forma certa de explicar isso. Vai ver não há explicação mesmo, vai ver se esqueceu de procurar.
Não, não esqueceu, ele fingiu. Ainda está lá, sempre estará; sempre em algum lugar.
Se pudéssemos entender; se fosse possível falar...

Meu lábio tá queimado
O dedo esfolado
Violão desafinado

Mas tô aprendendo a afinar


(Eu posso aprender a afinar! Repito).

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Somos todos um só!


E dá pra perceber quando saímos às ruas, pintando uns aos outros numa festa de carnaval onde todos participam da brincadeira; uma forma sadia de brincar adultos e crianças. Dá pra sentir quando entramos num ônibus lotado às 6h da manhã e recebemos aquele “bom dia do motorista”, ou o sorriso da cobradora; quando ouvimos o sanfoneiro cego tocando sua desgraça com alegria, tudo para conseguir umas poucas moedas. Senti que somos um só quando José me perguntou "o que houve com aquele menino chorando na rua, ele precisa de ajuda?".
Pintamo-nos de verde e amarelo para protestar um governo sujo, para vestir a camisa com nossas cinco estrelinhas, um penta-nosso-campeão. O NOSSO verde amarelo que exalta, também, um povo lutador e bonito que vive num continente onde 2010 resolveu mostrar a beleza, bafana bafana, de seu povo.
Somos um só! Ainda que divididos em minorias de Brasil e Argentina, CSA e CRB, vasco e flamengo, esquerdas e direitas, brancos e negros, engenheiros e médicos. Temos no Brasil, a maior mistura racial da Terra, somos niseis, zulu, zoroastas, ricos, calorosos... Brasil!
Somos Brasil!
E pode ser que no fim do mês não adicionemos a sexta estrela ao nosso verde e amarelo que contrasta este patriota céu azul; mas não é hora de dividirmo-nos em problemas pessoais, nem tampouco em mágoas interpessoais, nosso estado precisa de nós. Nós Brasil! Tá nos jornais, na internet, no rádio. Mostremos, ao mundo, muito mais que nosso futebol bonito, mostremos que da maior miscigenação já vista nos últimos 500 anos surgiu o povo mais acolhedor que já se viu!
Fai da te. Do it yourself. Faça você mesmo. Ajude alguém hoje... Um bom começo pode ser digitando 'notícias sobre rio paraíba alagoas' no google.

Pode ser só uma idéia se você desejar, mas pode ser realidade se todos fizerem algo!

Henrique Macêdo Santos

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Astros Distintos

Sou como Júpiter, um astro de dimensões titânicas entre os demais; mastodôntico, grandioso, de atmosfera tempestuosa, vivo em conflitos pessoais que se somam tornando-se uma gigantesca faca de dois gumes. Possuidor da maior gravidade entre os astros ao redor, sugo tudo para mim, tudo! O que quero, o que repudio, tudo de melhor está por perto, só me basta querer, apenas querer que o algo esteja lá.
Ela é Vênus, outro astro grandioso de nosso sistema; composto de um material leve, frágil, de baixa densidade, mas fervilhante como magma, tão quente ao ponto de carbonizar tudo que ouse chegar perto! Desconhecedora de camadas gasosas, ela é suscetível à radiação solar que tudo destrói, não a ela, ela não se destrói, esquenta cada vez mais, quase se liquefazendo de tão energética, ela chega a querer brilhar por si só, e entre os astros ela consegue com facilidade.
Quem poderia imaginar Júpiter querer se aproximar de Vênus? Quem poderia sonhar com Júpiter e Vênus?
Ele a desejou, e seu magnetismo era tão intenso que conseguir uma aproximação tornou-se algo inevitável. No início era tudo descoberta, era novo, era único; mas Júpiter não pode conter-se, seu conflito pessoal entre ficar e sair não o permitia se apaixonar. Por mais que ele quisesse, Vênus não poderia ser seu universo!
Pobre Júpiter, perdeu-se em suas dores sem razão, sem motivo.
Vênus, por outro lado, apaixonada incondicionalmente, em dado momento percebeu que o "tudo", era muito pouco para ela, era pouco demais, ela precisava de mais, e por mais que Júpiter fosse intenso, ele não pôde fornecer a energia necessária para manter seu calor; a verdade é que eles são de naturezas muito parecidas, descendentes do fogo nunca poderiam permanecer juntos! Separaram-se e foi o fim dos tempos para ambos. Não ter Vênus era como viajar por um buraco negro sem chance de sair, era perder-se em sentidos, sua força enfraquecia. Vênus se sentia igual, o sol já não era suficiente para supri-la, ela precisava da dúvida dele, precisava de suas tempestades; a verdade é que uma vez juntos, um precisava do outro pelo simples fato de serem iguais, são os mesmos e por mais que não desse certo, eles se completavam de uma forma absurdamente única.
Um dia eles se encontraram novamente, e tantas conversas saíram daí. O fato é que a decisão só poderia caber a ambos, e hoje, ambos brilham com força extrema por terem entendido. Uma vez juntos um passou a pertencer ao outro, e ninguém poderia entender sua escolha de viver suas vidas separadamente, ninguém senão eles. (assim sem detalhes nem rodeios para finais).

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Numa outra vida onde sejamos feitos de luz

Já são cinco noites se dormir mais que 15h. Sendo assim, esse ano meu não será como dormir quatro meses direto - certo deus?
Certo!
Retornando a casa minha, só o que me vem à cabeça é a cena de um garotinho contando 1, 2, 3, vai!

Hoje eu consegui! Consegui alertá-lo que não era bem assim, na verdade eu não estava fazendo nada demais (nem pretendia). Sei que houveram vários momentos em que eu poderia mudar o rumo da noite, mas esse não seria eu, percebe? Teria sido boa qualquer coisa que fosse, mas, na verdade, foi bom e não foi só qualquer coisa.

As noites são, antes de dormir, nossos dias com luzes apagadas
O frio é, antes de cortante, um motivo para nos abraçar
O silêncio é também um instante onde podemos ouvir nossos corações
As leituras são, no muito, formas estranhas de tentar entender algo óbvio
O meu medo não é só meu, e conheço várias pessoas que o possuem
Os erros (esses sim) são meus, sempre foram e jamais poderei consertá-los

Mas ontem eu consegui não errar! Percebe?

Sou, talvez, mais digno do ar que respiro com dificuldade; e talvez possa ser algo além.

E então garotinho... 1, 2, 3 e...

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Espaços

Perdi-me dentro de mim
E perder-se era algo imediato
Mais que perder alguém
Preciso reencontrar-me, ser eu mesmo

Mesmo eu não sei quem sou

Solto e sem razão, deixei de ser felicidade
Passei à tristeza rude, algo sem mais piedade
Fui dentro de mim
Mas lá só havia saudade

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Existem, no mundo, pessoas dispersas.

Há, pelo menos, 10 tipos de sentimentos que compõem o medo
Rir é, também, uma forma estranha de chorar
Sonhar é quando agente pinta as nuvens do céu com tinta guache
Desejo pode ser um vício que aceitamos possuir

Um tapa pode ser demonstração de carinho
Carinho pode ser prelúdio de uma discussão
Discussão pode ser uma simples exposição de idéias
Mas também pode ser uma forma de demonstrar preocupação

Preocupação pode ser uma forma errada de querer bem
E quem quer bem, nem sempre percebe isso

Amor é um sentimento que engloba, no mínimo, outros 30
Amar é um verbo no infinitivo que significa "sem sentido"
Amantes somos nós em essência dividindo pensamentos com um olhar
Amor também é o que sinto de ti, e isso ninguém pode mudar

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Números

A noite passou clara. Estavam tornando-se comuns esses dias em que 2h da manhã era hora de acordar; acordar para o quê?
Ela não fazia idéia do que estava por vir, se era bom, ruim.
Ouviam rumores sobre uma destruição que crescia numa terra distante, rumores de um mundo que se desfalecia por dentro.
Mas sua esperança nunca morreu, recontava os decimais agrupados de 1 à 9, de 9 à 1, de 9 à 9 ou 8 e 6, contava e recontava o dois e o um, já não havia mais um nove nem um quatro; mas decidira arriscar adivinhar. Jogou, pois, seu Tarot pessoal, e tentou também as Runas, as cartas e todos os outros ritos de passagem que conhecia; não, não havia forma correta de mostrar ao mundo o seu pensamento, nem havia como pensar com o mundo.
Decidida a dormir, pegou mais um pedaço de papel e recomeçou a contar até a exaustão.

Henrique Macêdo Santos

Passeio Noturno

Passeando pela cidade de Maceió em plena madrugada de quinta-feira, deparo-me com duas figuras raras de se encontrar hoje; Ahik e Inimay, dois estrangeiros que estão a conhecer o mundo e numa de suas viagens, decidiram parar em Maceió, cidade conhecida por sua beleza foa do comum e suas mulheres explêndias.
Inimay, lembra-me alguém que conheci a muito tempo, uma grande amiga muito dada que fazia planos mirabolantes para tudo; enquanto Ahik, mais tímido, lembra-me de mim mesmo, meu passado, uma parte boa de mim.
Logo descubro que suas intenções são boas com relação ao nosso mundo, o diálogo - que não sucede nesse texto - desenrrola-se de forma à me mostrar um novo sentido nisso tudo. O mundo não está salvo nem perdido. Não há motivos para preocupar-me ou depositar esperanças em dois estrangeiros que passeiam por minha terra. Viver é belo e posso redescubrir isso no ar leve que respiro.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Já observaram?(início)

Já pararam para imaginar o quanto somos diferentes?
passei a noite toda conversando com miny, baxista da banda Maiores de 18, e acabei por descubrir o quanto eu tenho mudado de tempos em tempos. É engraçado que todos passam por mudanças e as mudanças vêm em ciclos.
Agora puxo do passado, hoje lembrei dos antigos rituais de canalização que eu costumava realizar, dos ciclos encantados e todo o resto. Cara, finalmente a magia disso tudo tem feito parte da minha vida de uma forma legal, legal mesmo!
Lembrei aidna do dia da canalização humana que cheguei a fazer involuntariamente com outrém, caraca, tanta coisa já vivi nesses últimos anos.
Percebi que eu falo de mim como um velho de 80 anos e uma tantas outras coisas mais. sei lá, viver é muito massa e a cada dia tem melhorado (eu tenho melhorado nessa coisa de me aceitar e ser feliz assim).
É, estou bem feliz!
Fiz esse blog com um intuito qualquer de escrever algo, não sei se vai vingar, mas tá mais como um diário por hora. Não pensem que poderão dizer "o blog de Henrique é de críticas sociais", "de contos", "de poemas"... a idéia é só escrever, o que der na telha mesmo!

Então vejamos o que sairá.