quinta-feira, 17 de junho de 2010

Astros Distintos

Sou como Júpiter, um astro de dimensões titânicas entre os demais; mastodôntico, grandioso, de atmosfera tempestuosa, vivo em conflitos pessoais que se somam tornando-se uma gigantesca faca de dois gumes. Possuidor da maior gravidade entre os astros ao redor, sugo tudo para mim, tudo! O que quero, o que repudio, tudo de melhor está por perto, só me basta querer, apenas querer que o algo esteja lá.
Ela é Vênus, outro astro grandioso de nosso sistema; composto de um material leve, frágil, de baixa densidade, mas fervilhante como magma, tão quente ao ponto de carbonizar tudo que ouse chegar perto! Desconhecedora de camadas gasosas, ela é suscetível à radiação solar que tudo destrói, não a ela, ela não se destrói, esquenta cada vez mais, quase se liquefazendo de tão energética, ela chega a querer brilhar por si só, e entre os astros ela consegue com facilidade.
Quem poderia imaginar Júpiter querer se aproximar de Vênus? Quem poderia sonhar com Júpiter e Vênus?
Ele a desejou, e seu magnetismo era tão intenso que conseguir uma aproximação tornou-se algo inevitável. No início era tudo descoberta, era novo, era único; mas Júpiter não pode conter-se, seu conflito pessoal entre ficar e sair não o permitia se apaixonar. Por mais que ele quisesse, Vênus não poderia ser seu universo!
Pobre Júpiter, perdeu-se em suas dores sem razão, sem motivo.
Vênus, por outro lado, apaixonada incondicionalmente, em dado momento percebeu que o "tudo", era muito pouco para ela, era pouco demais, ela precisava de mais, e por mais que Júpiter fosse intenso, ele não pôde fornecer a energia necessária para manter seu calor; a verdade é que eles são de naturezas muito parecidas, descendentes do fogo nunca poderiam permanecer juntos! Separaram-se e foi o fim dos tempos para ambos. Não ter Vênus era como viajar por um buraco negro sem chance de sair, era perder-se em sentidos, sua força enfraquecia. Vênus se sentia igual, o sol já não era suficiente para supri-la, ela precisava da dúvida dele, precisava de suas tempestades; a verdade é que uma vez juntos, um precisava do outro pelo simples fato de serem iguais, são os mesmos e por mais que não desse certo, eles se completavam de uma forma absurdamente única.
Um dia eles se encontraram novamente, e tantas conversas saíram daí. O fato é que a decisão só poderia caber a ambos, e hoje, ambos brilham com força extrema por terem entendido. Uma vez juntos um passou a pertencer ao outro, e ninguém poderia entender sua escolha de viver suas vidas separadamente, ninguém senão eles. (assim sem detalhes nem rodeios para finais).

3 comentários:

  1. É, eu escrevo "tronou" em vez de "tornou"
    e outros erros mais...!

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  2. é a nordestinês
    no interior o pessoal fala assim!

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  3. Já estou começando a me sentir repetitiva por toda vez querer comentar que você me tirou as palavras!
    E aí você começa a surpreender também pela versatilidade.
    Tá aí Rique mostrando que pode escrever conto (ou seria autobiografia metafórica?).

    Parabéns e muito obrigada!

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