sábado, 31 de julho de 2010

Eu quero ser exorcizado pela água benta desse olhar infindo




Era Martinho da Vila à Mercedes Souza, Belchior à Lavigne, Altemar Dutra à Sula Miranda.
Era quente, grande, forte e sabido. Fazia bem, tinha sentido, gosto, era palpável.
E ele tirava o fôlego, mais que as hastes bicolores. Tirava o fôlego, T irava o fôlego, Ti rava o fôlego, Tiava o fôlego.

Deixou-me sem dormir por algumas noites; o que era?

terça-feira, 27 de julho de 2010

Sin tu



Souzândrade
Ignácio de Loyola Brandão
Nelson Ascher
Tarso de Melo
Olavo Bilac.
Antônio Miranda.
Fagundes Varela
Alvarenga Peixoto
Leila Míccolis
Tânia Martins
Augusto Meyer.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Some say that devil is dead!



I can`t see me loving nobody but you for all my life!(8)

Hoje não haverá postagem bonitinha, triste, feliz, ou de qualquer demonstração sentimental! O tempo fala por si só. E o sol de Maceió voltou, veja só!

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no player: The turtles - Happy Together

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Em Céus Estrangeiros (In Cielo Straniero)


Havia um tom de alegria em seu sorriso puxado pro lado.
-Mara, quanto tempo!
-Eduardo? Poxa, como estais mudado!
-Ah, pois é. Deve ser esse cabelo curto. Mas como vai você, conte as novidades, o que faz por aqui?
-Estou só de passagem mesmo, entrei para comprar uma lembrancinha para minha mãe. Ela me mataria se eu voltasse de Trento sem levar, ao menos, uma lembrança.
-Nossa! Mas e então, o que te trouxe à Itália?
Fazem o que? Dez anos que não vejo Dona Márcia; como ela anda?
-Ah, não soubeste? Aposentou-se e só fala em aproveitar a vida. Viaja praticamente todas as semanas.
-Nossa, e ela está aqui na terra dos papas também?
-Não, ficou no Brasil. Mas conte você, o que faz atualmente?
-Estou trabalhando como Secretário de Finanças do Embaixador Brasileiro, aqui. Faz três anos, já.
-E casou-se? Dá pra ver que este país inspira romance.
-Não, e nem pretendo tão cedo. Você sabe. Mas e você, casou-se?
-Eu? Acho que ainda não encontrei o cara certo!
-Mudando de assunto, preciso ir agora... Trabalho. Mas me diz o Hotel que estás hospedada e te pego às 21h para jantarmos, não vou deixar uma grande amiga visitar Trento sem conhecer os charmes e encantos deste pedaço de céu.
-Ok.
(ela escreve seu endereço de hospedagem num pedaço de papel)
-Pronto, aqui está! As 21h, então, esperarei!
-Pode esperar minha cara. Eu passo para te buscar.

Ambos sabiam que a noite seria formidável, só não esperavam que aquele encontro casual tornasse formidáveis todos os próximos amanheceres.

Henrique Macêdo Santos

domingo, 18 de julho de 2010

Um dizer de Eu Te Amo


Eu não quero falar, hoje, de algo especial que aconteceu ou acontece. Nem preciso dizer que as coisas estão se consertando, se não encontro mais os pontos onde foram quebradas. Mas é tão bom quando agente se acerta e fica mais feliz; o mundo fica mais feliz!

No fim da página há um player com uma música que explica muito do que estou tentando dizer aqui! Livre para poder sorrir, e juntos para poder amarmos, o amor é assim!

Jamais pensei em encontrar alguém como você, muito menos achar que ao encontrar seria desse jeito! Mas é tão boa essa liberdade de ser eu mesmo nessas poucas horas em que nossos sonhos voam juntos e nossos braços descansam colados.

Te amo, é a expressão da vez!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Enquanto isso, na sala da justiça...

(numa conversa entre Marcos e Guilherme)
-Nobre Marcos, vamos beber uma hoje. Chamei os caras para uma reuniãozinha aqui em casa!
-Ah, tudo certo, eu chego com Marina... À que horas mesmo?
-Ou cara, hoje é dia dos caras, dos cuecas, de falar de futebol, de farras, de sexo, encher a cara, jogar poker; não tem nada haver tu trazer namorada, não é?
-Ah, sabe o que é; Estou meio cansado hoje e amanhã terei de trabalhar cedo, acho melhor dormir cedo também. Fica para uma próxima, beleza?
-Marcos, cara, quem é você? Tá falando como um homem de 40 anos.
-Não se trata disso...
-Mas hoje é dia nacional do homem.
-Mesmo assim, acho melhor evitar problemas com a patroa.
-Você quem sabe.
(No outro dia)
-Cara, perdesse a noitada, meu irmão, Tales ficou muito louco, ligou pra umas amigas. Só sei que Danilo pegou uma, eu peguei outra. Estávamos muito bêbados! Amanhecemos na praia, não sei como fomos parar lá. Só sei que uma farra dessas só acontece umas duas vezes na vida.
-Poxa, perdi isso? Que droga...
-Pois é cara, você não tem idade pra namorar, nós precisamos curtir a juventude.
Pensativo, Marcos divaga: "Preciso curtir minha juventude."

Henrique Macêdo Santos
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Uma crônica satírica em homenagem ao dia nacional dos homens (dedicada a algumas pessoas que lêem essa bodega aqui). Parabéns para nós que somos os pilares de sustentação de nossas famílias (e dos cartões de crédito de nossas mulheres).

No player (fim da página) Rehab - Sittin' At A Bar (The Bartender Song)

terça-feira, 13 de julho de 2010

Canção da Estrada Amarela


Havia uma música estranha.
De terras distantes, num alaúde perdido, ela ritmava a estrada que vim. Escondi-me entre as árvores para ver qual a origem daquele som. Era um épico estranho, sem tambores ou percussões, mas nada faltava ao som.
Lá vinham eles. A flauta de cano duplo, o violino, havia também um violão contrastando a balalaica; cordas e sopros completavam-se ricamente.
Tocavam porque era conveniente a eles, os bardos de outros tempos, todos reunidos. Marginalizados, eles tocavam aquela música. Intensa música.
De onde eu a conhecia?
Decidi sair do meu esconderijo; achei que os assustaria - pobre engano. Mal notaram.
Era minha música perdida! Era eu. Estranhamente eu estava lá, eu era lá.
Sou meu caminho, minha salvação, meu medo e minha perdição. Mas sou essa canção bonita, também. Há algo maior que nós; por dentro há algo que me alimenta, que cobre meus espaços por completo.
Ainda a descobrir-me componho a música sem pressa. Mas falta um pedaço que não consigo lembrar-me. Um pedaço que me foge estando próximo e me completa músicas estando distante.

Henrique Macêdo Santos
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No player (final da página) Blind Guardian - Black Chamber

domingo, 11 de julho de 2010

Futuro do Pretérito


Ela não diferencia, por isso falei-lhe desta forma mesmo.
Tá, desculpe por ter provocado o encontro que te fez ouvir aquilo tudo, não imaginei que o assunto fosse chegar àquele ponto.
Mas está bem, analise; ela tem problemas mesmo: fala demais, quase sempre sem pensar... Não vale à pena criticá-la, é um jeito de ela consertar o mundo. Talvez seja genético, várias pessoas da família são assim, você conhece.
E se analisarmos bem, não foi de todo errado, o comentário. É questão de tempo até concretizar-se em fato consumado, tardio pois. Fatídico em assuntos discretos (ou nem tão discretos assim); não foi indiferente nem intragável, tão pouco bucólico. É estranho, mas correto - já dizia Jacobel num de seus devaneios mais sóbrios.

Animais instintivos, ágeis, frágeis, humanos.
Animais sensatos, discretos, alegres e até tiranos
Animais que controlam, animais controlados
Animais suburbanos, bichos soltos, desgarrados

E a vida passa assim; há época de jeans rasgados, de camisas abotoadas, de copos com coca-cola, cigarros, livros, óculos, cadeiras.
Há épocas em que jovens matam-se em busca de sanar dores que não saram. Há, também, vezes em que o nosso medo de perder acaba provocando a falta de cuidado com o nosso.
Sejamos, pois, viventes! Sofrendo, amando, chorando, sorrindo... Sejamos irmãos, ajudemo-nos como sempre fizemos. E se, um dia, pudermos fazer dessas palavras, uma realidade; elevemo-nos à luz. Onde não possa mais haver dor ou sofrimento. Só a fricção de mãos e cabelos, numa afagável e suntuosa música que ritma nossos corações humanos. Errados, errantes, amados e amantes.

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No player (final da página) Coma White - Marilyn Manson, para vocês.
"'cause all the drogs in this world won`t save her from herself(...)"

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Consumado o fato, que seja tardio.

Ele já havia pagado a conta, ainda que os olhares de todos se voltassem para Tadeu.

É, a inspiração não acabou, só veio a sensação de algo novo que precisa surgir... -Surja, então. Abracadabra!

Algo apareceu, finalmente, era um som. Uma música um tanto... Inusitada?

-Mas até que ficou legal, já pensou em gravá-la?
-Não, eu jurei não tocar essa musica novamente, foi uma promessa muito especial.
-E quando foi esse juramento? No último segundo?
-Não, foi no momento que jurei não falar mais sobre isso.
-Mas Tadeu, pense bem, pode chegar a ser um Hit; você pode ficar famoso.
-Não quero.

E deixou a sala com Samy aos ombros.
Pensa consigo:
-Minha ambição nunca foi de fazer sucesso mesmo.
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Lembrem-se de apertar play no player (fim da página) antes de ler!
Música: Fire of unknown origin
Banda: Blue Öyster Cult
Composição: Albert Bouchard; Donald Roeser; Eric Bloom; Joe Bouchard; Patti Smith

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Vícios e virtudes


Sabe algo interessante?
Hoje conversei, sobre futuro, presente e como tenho me comportado diante da vida, com um grande amigo. Uma mania que adquiri foi de tocar os cabelos enquanto converso (forma de expressar o quanto gosto de cafuné). Uma foto muito nostálgica fica no topo da minha gaveta secreta que só eu consigo abrir. Minha casa possui uma energia estranha que quase consegue falar comigo, mas que respeito muito. Os fluxos de energia passaram a fluir tão livremente em mim de um tempo pra cá que nunca pude ser tão "exótico" como agora.

Sou exatamente o que quero ser, sem tirar nem por; só me faltam algumas coisas que eu não posso controlar. Minhas ambições são tão grandes quanto eu quero que sejam, e elas já são bem altas - creio eu. Se eu largar um futuro brilhante para estudar culinária, não significa exatamente que sou imaturo demais para tal.

Mas sabe o que é mais curioso?
Nunca passei um dia tão afastado de alguém que impregnasse meus cabelos com o cheiro que eles estão agora.
Preciso lavá-los, mas essa nostalgia odorífera me envenena de tal forma que, honestamente... Estou pensando em deixá-los crescer.

Henrique Macêdo Santos