quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

O meu amor






Quando meu amor chorou, pude notar que eram muito mais que lágrimas a cair e uma expressão triste na face. Aquele choro era o último ato de uma série de acontecimentos d'uma vida.

Era a mãe que não ouvia suas lamúrias, eram os parentes quem o cobravam em excesso, o emprego que não obtivera, o passado que remoia-se constantemente e todo um conjunto maior de acontecimentos.

Forte, todavia, costuma reger o universo de seu travesseiro. Dá para imaginar o quão estranho me foi presenciar olhos tão azuis espremerem-se sobre lábios já pequenos. Chorara a dor do mundo vazio e mesquinho que esquecera de parabenizá-lo por suas vitórias.

Era humano, meu amor; mas não fora anunciado aos ventos, nem notado em seu coração justo que enlargece mediante tantas provações. É, meu amor é alguém apaixonado - E apaixonante, se me permite o comentário. Digno dos mais belos palácios e merecedor dos mais esplêndidos vestidos e jóias. É uma pena que o mundo não note meu amor quando passa num ônibus lotado ou entre outros na praça.

É uma pena, mas ainda assim, nada impede o meu amor de passar.

3 comentários:

  1. Como áudio fundo do post, temos Lenina cantando Hoje eu quero sair só.

    Exegese sempre à vontade

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  2. só posso te dizer q mais uma vez me emocionei...
    nao sei se esse o txt q vc me falou,mas vc continua a tocar la no fundo,nos becos mais estreitos do meu coraçao(bem brega isso),e a musica?
    sem comentarios!Lenine eh o cara!OUvi essa musica e ler esse txt fez um filminho na minha cabeça,te amo meu grande amigo

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  3. Massinha o texto,existencialista!
    Acho bacana esse tipo de analise e momento,faz crescer...então,espero que autor e personagem tenham aproveitado muito esse momento,que imagino real por conhecer o autor.
    nhoc!!Fica a dica autor...

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