domingo, 10 de outubro de 2010

Cores





Por vezes me pego trancando momentos, imagens, palavras... Guardo-os porque é um direito meu, irrefurtável.
Como conversas inacabadas, onde as perguntas sem resposta adicionam o tema da prosa-do-dia-seguinte; ou olhares incompletos, onde não se determina quem começa ou o que demonstram, os olhos; há ainda, os toques graciosos de mãos onde queima o tremor de dedos tão delicados.

Eram cor-de-rosa, as unhas. Lindas como as flores de ipê na primavera.
O sorriso era branco como a graciosidade das margaridas e papoulas de meu jardim.
Eram negros, os cabelos penteados - e repenteados à cada instante pelas hábeis mãos delicadas.
E havia mais umas mil cores difetentes compreendidas entre seus cento e cinquenta e sete centímetros, distribuídos em proporções parnasianas.

E ainda entre cores pulsantes e vibrantes, me chamava atenção, o brilho verde-rósea que emanava de suas janelas-da-alma. Brilho intenso que me aguça a curiosidade e desperta, ainda mais, o interesse.

Proclamo-lhes, com enorme orgulho, os versos que me motivaram dada descrição:

"Sou, então, mariposa velha
Já não voo, digo nada
Se aqui paro, não desespero
Espero, ancioso, o passar de minha amada"

Ainda havia alguma canela no sabor de minha carne, hoje - lembrança dos tempeiros que embalam encontros às escondidas!

(e ainda há tanto que falar...)

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