quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Na Hora Marcada...




Esse texto é continuação de a preparação.


- E este anel em suas mãos?
- Ah, este tem um significado bastante especial.
- Gostaria de conhecer a história, qualquer dia.
- Ele me lembra um grande mestre que conheci, certa vez.
- O modo como fala de mestres... Parece que quer deixar implícita alguma idéia profunda, algo... Medieval? Senti isso desde a primeira vez que falamo-nos.
- Ah, só porque uso expressões antigas? Não, aprendi esses vícios de linguagem com o antigo dono desse anel.
- Como gostaria de conhecê-lo, algum dia. Me fale deste homem.
- Estava dizendo que ele fora um grande mestre; mestre, pois me ensinou muito do que sei sobre a vida, as pessoas, as situações. Ele quem me ensinou a oratória, poder argumentativo, a educação, como agradar ou intimidar. Era um grande homem.
- Faz muito tempo de seu falecimento? - ela fraquejou um pouco após a pergunta, quase pular sozinha de sua boca. Erh, não quis ser indiscreta, só que... O modo como você falou. Ah, eu sou uma idiota, mesmo.
- Não tem problema, Michele! E não, ele não morreu. Só deixou de ser ele mesmo há algum tempo. O que é mal.
- Alguma possibilidade de eu conhecê-lo?
- Provavelmente nunca. Mas você já deve tê-lo contemplado algum dia de sua vida.
- Como sabe com tanta clareza? Paris ainda é uma grande cidade.
- Na verdade, esse velho é mais famoso que qualquer homem, muitos já o conheceram, a diferença é que a maioria não lhe deu importância, outros criaram laços de amizade fortíssimos.
- Ai. Já estás novamente falando como um velho sábio da idade média. Esse "dono do anel" é, por acaso algum homem vivente exatamente? Ou estou certa e você só fala em sentido figurado para criar suspense?
- Não é só para criar suspense, nem se faça de boba. Nós dois sabemos o porquê de estarmos aqui.

Ela havia congelado com suas últimas palavras. "Então era verdade, ele sabia tudo, também a havia notado".
- Rovert, se você sabe quem eu sou e quem somos, um para o outro; deve saber dos riscos desse nosso encontro.
- Conheço todos eles. Mas não posso evitar. Tenho adiado nosso encontro em décadas; já não me importa que eles nos peguem.
- Mas seríamos mortos.
- Deixei de lutar contra isso. Que seja morto se preciso; mas há muito que preciso dizer-te, muita coisa que só você pode compreender.
- Eu entendo, meu amor - "meu amor"? Onde estou com a cabeça, não sei nada sobre esse homem; tá, a quem quero enganar? Sei tudo que preciso saber sobre ele, e sei que o mundo pode acabar agora, toda minha existência já fora justificada hoje.
- Então, o que me diz?
- O que te digo? Não faço a menor idéia. O que espera ouvir? Que eu vá contigo?
- Seria um bom começo.
- Eu tenho filhos, você sabia?
- Não me importo, traga-os também.
- Não tomarei medidas precipitadas com você. Deixe seu telefone, e prometo ligar quando digerir isso tudo.
- Então será assim?
- Assim como?
- Pegue meu telefone, moro aqui próximo; pode me ligar a qualquer horário.
- Ok. Acho melhor eu ir para casa, agora.
- Mas nem vai terminar seu chá?

Michele, que esquecera completamente o seu chá - agora gelado - decide terminá-lo em companhia de Rovert. Mal sabia ela, o que a aguardava aquela noite.

continua...

3 comentários:

  1. No Player Sonora (fim da pagina) os Srs. podem prestigiar La Corporacion tocando Jeux d'enfants

    Exegese a vontade!

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  2. Agora fiquei super curiosa...É, não parece mais com Brida huahuahuahua Esperando a continuação!

    beijo

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  3. Karol, quando é que vc ñ fica curiosa? :P

    Aah, essa música tem tudo a ver com o ambiente... ^^

    Esperando a continuação também...

    beijo.


    \eu.

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